sábado, 27 de junho de 2009

Quando não há tempo...

...ou o professor não está para aí virado, existe sempre a possibilidade de não fazer o exame que estava marcado. Ou, pelo menos, encurtá-lo significativamente.
Sendo assim, em pleno exame de Cirurgia, o professor lembra-se e reduz o número de alunos de 5 para 3. Isto em menos de 3 minutos...
"Como?", perguntam vocês? Fácil!
Basta dizer a uma aluna "Tu, vai-te embora! Estavas a copiar! Eu sei!" A aluna em questão estava a dobrar uma das folhas de resposta, para lhe ser mais fácil escrever... E, claro, num exame oral, de nada vale armar-se em valente. "Professor, não estava!!" não serve de nada... "Fora! I don't accept your answers!!"
Isto é, só por si, coisinha para deixar o resto dos alunos nervosos, e a trocar olhares alarmados entre si. "Está louco!" dizemos, lábios cerrados mas os olhos a falar mais alto.
E se achava que isto ficava por aqui, enganei-me. Depois de expulsar a minha colega, dá-se conta que 4 alunos ainda não é suficiente, e então vira-se para mim... "E tu, fora também! Estavas a ajudá-la! Eu vi!" por esta é que eu não esperava. Eu ali sossegadinha, a tentar lembrar-me como raio se suturam as lesões da orelha... "Professor, nós nem falámos!" mas isto adianta de alguma coisa??? "No, no, no! You were helping her! I don't accept your answers!!"
Vêem como foi fácil? Do nada, o senhor conseguiu ir almoçar a horas decentes, e nós vimos o exame adiado... sem sequer abrir a boca.

(pode-se dizer que nos sentimos como este cãozito... assim a modos que abusadas looool)


Há que admitir que isto é, de certa forma, refrescante. Depois das histórias de exames de 2 horas que acabam com o aluno chumbado só porque não conhecia o céstode favorito da professora, ou do nervoso que é esperar pelas notas e ver o chumbo nas pautas, chumbar ainda antes de começar o exame é muito à frente!!!
Pronto, vamos voltar às folhinhas... quem disse que a vida Erasmus era só coisinhas boas? ;)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Exames, festas...

Por cá seguem os sempre maravilhosos exames, aquilo por que esperámos ansiosamente tantos meses (sim, claro, estou a brincar!). Fantástico como, tal como em Portugal, cada exame e cada professor têm os seus pequenos truques.
Parasitologia, por exemplo. É toda uma excruciante manhã, num exame que se divide em três partes.
Primeiro o belo do exame coprológico, anotar tudo o que é ovo, desenhar e descrever aqueles que estão na amostra (para mim todos eram "golden-greyish-green-brown", se eu pudesse), e não esquecer os ectoparasitas.

Depois, quando a professora faz aquela cara que nos autoriza a sentir aliviados, vem a segunda parte.
De todos os frasquinhos, amostras, caixas com 40 anos, cheios de ténias, dirofilárias, fascíolas, todos os -strongylus possíveis e mais seus primos, há duas ou três perguntinhas que vão saltar. As possibilidades são imensas, e é isso que mais assusta nesta altura. Findo isto, considera-se a prática terminada. E ainda a manhã vai a meio...

Seguem-se as horas de espera, a entrada no gabinete, a escolha das perguntas (sim, como se fosse um mágico, "escolha uma carta!"), uma ou outra benzedura para afastar o azar, e lá se vira a folhinha, para ver o que nos calhou... aí podemos descartar mentalmente tudo o que sabíamos sobre as outras 52 perguntas e concentrarmo-nos no tamanho, forma, cor, nomes, vida, e maldades dos 2 bichinhos que nos calharam... e quando, já meios mortos, chega finalmente a nossa vez de falar (porque sim, os exames são todos orais), ainda nos arriscamos a levar com perguntas sobre algum familiar desconhecido dos nossos rapazes. Aquele que mais agradar à examinadora, que oscila entre o seu desejo maternal de nos salvar, e o sentido de justiça de alguém que nos devia condenar à prisão Parasitária perpétua.
Claro que, com todos estes motivos de stress e desorientação, é preciso arranjar algo que nos acalme e nos deixe a postos para estas violentas batalhas. E sendo Verão... hmm, praia, sol, mar, calor, bebidas fresquinhas e muita música má (a típica do Verão!). Vai daí montou-se uma festarola na Podhradova, a que só faltou mesmo o Sol. Porque água, essa, garanto que houve muita. As belas das caipiroskas, a piscina, o colchão insuflável... e um misterioso Fairy, que apareceu do nada e tornou o corredor um local propício para o surf!


Mais uma vez, a Podhradova a marcar pontos! E, salvos já da inundação, resta-nos agora preparar para a próxima (festa), ai, não, o próximo (exame!)!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Retro nights!

Ora aqui está o "spot" Kosiceiro que devíamos ter encontrado mais cedo! Um sítio todo modernaço, com boa música, bons camareeeeros e umas personagens engraçadas para termos de quem nos rir!

Senhores e senhoras, o Retro!

Bé, esta é para ti! Aqui fica o vídeo do senhor que nos entreteu durante (quase) toda a noite de sexta! Seguir aqui o link para os originais "you-me-you-me" ;)

(atentem na indumentária sexy, com a brancura caveada da camisola, e o cinto Armani. O modo como atrasa os ombros em relação ao resto do corpo, para realçar o tórax peludo e sensual. A colocação estratégica das mãos, como quem chama, irresistivelmente, a pobre da bailarina que não quer saber dele. Um Senhor! Este homem é um Senhor!)

...agora estudar outra vez!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Coisas de Kosicas...6

..ou "Como sobreviver nos Correios"

Uma das coisas que tomo como garantidas na Eslováquia, é que muito pouca gente fala Inglês. Em especial, naqueles sítios onde se desenrola a minha rotina diária, como supermercados, cafés, restaurantes... e os Correios! Quando cheguei, tinha vontade de fazer a disciplina de Língua Eslovaca, mas a falta de autorização da Reitoria e a pouca convivência com "nativos" acabaram por me desmotivar. Daí que, 8 meses depois, continue a ser uma aventura comunicar com eslovacos.
O mais habitual é acabar com uma mistura de gestos, palavras desconexas em eslovaco e um olhar compreensivo/divertido da pessoa que se dispôs ajudar-me.
Ora hoje, para evitar todo este banzé, muni-me do meu prático dicionário Inglês-Eslovaco-Inglês e fui aos correios. A coisa era simples. Eu precisava de saber "quanto custa" enviar uma "encomenda" para Portugal, dependendo do "peso". Queria também saber se podia "comprar" ali a "caixa" para enviar a encomenda.
E assim foi. Corri o dicionário de ponta a ponta, agora o B, depois o W, agora no P. A funcionária dos Correios, de uma paciência de santo. Atrás de mim, uma velhinha amorosa que sorria toda compreensiva (eu estava a demorar uns bons séculos entre cada palavra que procurava no dicionário), e uma adolescente perdida de riso.
A dada altura, tinha toda a gente que estava nos Correios a olhar para a "estrangeira" e a fazer um ar que oscilava entre o "pobrezinha" e a mais pura diversão.
Foram uns belos dez minutos de diálogo de alta qualidade. E depois de muitos sorrisos das pessoas à espera e muitos "pardon" meus, triunfei!
E saí dos Correios com uma caixa debaixo do braço e a certeza de que posso sobreviver em qualquer lado!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Coisas de Kosicas...5

Beber tequilla é uma coisa normal, sim? NÃO!!!



Porque o que aqui se tem visto é o seguinte:


1. Snifar o sal!

2. Beber a Tequilla.

3. Espremer o limão no olho!


Kosice afecta as pessoas... isto deve estar provado cientificamente, algures! E se não estiver, bem, o melhor que temos a fazer é oferecer-nos como cobaias!







E agora, siga estudar!

domingo, 3 de maio de 2009

Volver

Ali por alturas de Fevereiro, achei por bem marcar uma viagem a Portugal. Sabia que, mais tarde ou mais cedo, me iriam dar aquelas saudades de casa, da Bila, da gente toda, da comida. Depois de muita alteração, uns quantos erros e outras aventuras, a minha viagem tomou forma: 11 dias fora de Kosice, um dia em Milão, 9 dias em Portugal e 1 dia em Londres.
Foi maravilhoso, tenho a dizer. Tudo, tudo, tudo! Nem só de coisas "boas" se fez a minha viagem, mas era necessário passar por tudo.
Primeiro um dia inteiro em Milão, com o Ghost, a rever e a passear (e a compraaar!). Assim em modo descontraído, para não nos cansarmos.

Depois, casa!

Passei três dias na Bila, a tentar matar saudades do meu cantinho... revi imensa gente (e houve tanta que não vi, também!), aborreci-os de morte com relatos extensos das nossas viagens intermináveis e das historietas da sorte Erasmus (somos um bocadinho "Lei de Murphy", se pode dar errado, vai dar errado).
Foi tão boooom! Lia ontem no Blog dos Wrocláwicos o relato da viagem do João, e não podia concordar mais. Passo a citar:

"Foi tão bom respirar fundo e sentir o ar de volta nos pulmões.
Foi tão bom quando ouvi o primeiro "fuoda-se!"
Foi tão bom estar com os meus pais e família que, só por isso, já valeu a pena toda a viagem.
Foi tão bom estar com todos os amigos que, só por isso, já valeu a pena não estar com os familiares.
Foi tão bom ouvir português em palavras soltas.
Foi tão bom comer indiscutivelmente a melhor comida do mundo!
(...)
Foi tão bom sentir o cheiro de Portugal. (...)
Foi tão bom poder ver tantos sorrisos só por nos verem!
Foi tão bom saber as novidades de toda a gente.
Foi tão bom poder gostar de cada momento sem ter de me esforçar minimamente.
E finalmente foi tão bom quando me disseram mais do que uma vez: "já falta pouco para cá voltarem em definitivo!"
Cheguei a Vila Real com um aperto bom no coração, acompanhada pelo Paulo, e aqueles dias passaram a correr (acredito que o Ghost diz exactamente o mesmo!). As pausas para café e lanchinho (com a Catarina, a Cris, a Tânia, o Barce, a Sarocas!!!, o GNR e a Bé, o gelado com o João, rever o Felgas!!!, chatear o Daniel, fazer compras com a Mari!), todas as jantas, os almoços na Cantina, o Favaios e o traçadinho, viva o senhor Carlos do Retiro!!!, o Pio e as saudades do João e das batidas, os ex-Kosiceiros, a Looks, os encontros fortuitos que me deixaram com o coração na boca, a Espontânea, CASAAAAA!!!!, a minha Posta que nunca aconteceu, as francesinhas e a comida brasileira, a Mia e o seu ron-ron, a minha Carolina e seu Jorge, toda a gente, toda, toda toda... (Irene, Teresa, Mizé, Javardolas, madeirenses, frescas e mil mais que eu vou deixar passar o nome, estou mesmo a ver!) Um concentrado explosivo de saudades e de vontade de sair! Obrigada por tudo, mesmo! :D







E depois o chegar a casa, ver a família toda, aquele cheirinho de almoço de Domingo, a sobrinha mais lindona que nunca, cheia de canções novas para cantar à tia, o lanchinho com o pessoal da vila, as minhas asneiras de Domingo à tarde (ups!), dias inteiros de baby-sitting tão bom tão bom, muita comida feita a pensar em mim (claro!!), muitos sítios a rever e pessoas a visitar.



Sem falar da volta a Kosice, com um saltinho ao Porto para rever velhos amigos, a malta do Fórum, o meu Luís!!!, a Ana-pequena, o casal mais bem disposto do Mundo!, a Niniiii, a Noz, a Milene e o Miguel, o Paulo aniversariante e a Filipa, os newbies (eu prometo que para a próxima sou mais conversadora, desculpem lá!), e o Sol naquela cidade linda e que me maravilha sempre!

Mais Londres, voar com a Bé e os seus 40 quilos de comida, o cavalheiro Richard a esperar-nos no centro da cidade, poder dormir numa cama porque o mesmo cavalheiro dormiu no chão, calcorrear Londres em 4 horas, enfiarmo-nos no Metro errado, ver o Big Ben, a London Bridge, o Tamisa, o London Eye, tudo em fast-forward, mas ficar extasiada e querer voltar! E tirar fotos com autocarros, táxis, cabines telefónicas e estátuas "Dancing Queen"...sim, tudo em 4 horas!




Claro que depois disto tudo, voltar a Kosice acabou por saber bem, rever as chicas, estender-me ao Sol da Podhradova em estilo "Marcha pela Marijuana", provar gulash (alguém abusou dos picantes), e voltar ao ritmo.

Agora os exames chamam por nós (baixinho, mas chamam), e a vida começa a complicar-se por cá. Mas num instante tudo passa, e por cá ainda há uma quanta Vida Erasmus para viver!
Até já!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Coisas de Kosicas...4

A professora de Parasitologia insiste connosco que " ...so you can't see the egg with the neck eye", e o meu professor-amigo-especial-demasiado-amistoso Kovac crê fervorosamente que o nosso país se chama Portujal. Aqui sou feliz!! ;)
(Ahh, e entretanto, sem pausas para Primaveras, que isso é para meninos, chegou o Verão a Kosice...)

terça-feira, 14 de abril de 2009

Em viagem pela Roménia!

Lá andámos pela Roménia, finalmente! Tenho a dizer que, da Roménia, me ficou acima de tudo uma ideia, misto do que vi e do que imagino que haja para lá das montanhas e das casas mal cuidadas.
Pois bem, o nosso trajecto foi este:
Olhando agora para aquela linha tortuosa vermelha que ali está, é que dá para ver os quilómetros que fizemos... uma loucura.
De viagem fomos 7, e 8 voltámos. Isto porque a nossa van (baptizada carinhosamente de gypsy-car-do-amor) se tornou o elemento +1 das nossas tropelias...
Brasov foi a primeira "paragem". Dormir em terras de Drácula, brrrr... Bem, na verdade, não tem nada de assustador. Toda a ideia que levava da Transilvânia e dos castelos acabou por ser abalada. Nem florestas escuras, nem um vampiro sequer para amostra... Mas salvou-se o Peles Castle, um castelo de conto de fadas, numa zona montanhosa, onde os romenos gostam de esquiar. Absolutamente maravilhoso! E nota dez para a comida em Brasov, só por isso já era capaz de voltar!




De Brasov, saltámos para o Delta do Danúbio e para Constanta... Pelo meio, demos por nós perdidos em Braila, porque não encontrávamos uma única placa para Tulcea. 10 romenos solícitos e umas voltas depois, percebemos que o único modo de chegar a Tulcea... era de barco. E lá enfiámos o gypsy-car num ferry de ar duvidoso, que em segurança nos levou à outra margem. Do Delta do Danúbio pouco vimos, porque o tempo ficou curto, mas tinha potencial.
Chegámos a Constanta sexta à noite, mortos e esfomeados, e acabámos por ficar a pastar no sofá e dormir cedo. Era a promessa do Mar Negro do dia seguinte... que saiu "furada". Mau tempo, numa cidade-fantasma, sem nada em especial para visitar. Uma pena... Deu para ver que não exploravam devidamente os recursos da Costa (casas abandonadas, carros na praia, pouco comércio e restauração). Acabou por ser um dia para jogar um pouco à bola na praia, andar por ali, tirar umas quantas fotos, cozinhar...
Foi um tormento sair da cidade, em parte porque somos assim, em parte porque ignorámos as indicações da Lídia, mas a viagem para Bucareste foi EM GRANDE. O gypsy-car tornou-se uma disco, a bombar pela autoestrada fora, ao som dos hits da Radio 21, a nossa rádio romena favorita...
Em Bucareste, os bons Erasmus lá se perderam mais umas mil vezes, acabaram por dar com o Hostel graças a um simpático casal montado numa moto, e fizeram uma caminhada de 5km a pé, para ir ao Mac Donalds que ficava a 800 metros (juro!). Baita inicio de noite!
O contacto com a noite romena não podia ter sido mais simpático! "Noite da mulher", bebidas baratas e bem servidas, umas castiças semi-nuas a dançar em cima do balcão, e compinchas da noite demasiado "friendlies". Só podia resultar numa noite do caraças!



Domingo de Páscoa em Bucareste, fomos a um sítio condigno encher a barriguinha! Comidinha boa, sobremesas, um Sol imenso, e ainda se nos juntou um ex-Erasmus (obrigadinha Claudiu), que nos mostrou os encantos da capital (é, num é, Bé??).
Parlamento, Arco do Triunfo, Campos Elísios... Bucareste foi uma agradável surpresa, depois de todos os alertas sobre ladrões e malandros diversos que povoam a capital.

Segunda foi dia de encher o gypsy-car e tratar de voltar a casa. Conseguimos tomar o pequeno-almoço num verdadeiro "salão de festas, casamentos e baptizados", e ainda fomos a Sibiu, ver as vistas. Cidadezinha simpática.
Na volta, uma experiência de quase-morte para todos, com travagens bruscas em vermelhos e uma bela contramão só para dizer Olá ao tram que encarámos de frente. Só pela adrenalina!
E foi isto... 6 dias, 7 pessoas e um carro, muita Roménia!
E tudo o que aprendemos na Roménia:
- O Ryan é um cigano... e uma menina... Ryan-punzel.
- A Polícia ama o Ryan. Não perdem uma oportunidade de o cumprimentar e pedir documentos.
- Cervos, cavalos e ciganos aparecem na estrada... só porque sim!
- Os ursos são "imprevísiveis", e esse é o único problema deles.
- A Lídia gosta de gritar "Attentieeeee!" aos ouvidos das romenas com quem se cruza!
- Uma vodka-Red Bull custa pouco mais que 1Euro... os gelados custam 30cent...
- Os ladrões abordam-te e desatam a perguntar onde compraste o teu casaco ou as tuas calças, a ver se te distraem.
- Os rapazes são muito liberais e democráticos... em especial depois das 3 da manhã...
- Romeno e português conseguem ser línguas agradavelmente próximas.
- Uma boa estrada é a que tem menos de 3 buracos por metro quadrado.
- Os senhores do Via Michelin nunca puseram os pés na Roménia... mas tentam disfarçar!
- Se te dizem "Fica a uma hora de caminho" é porque fica a três!
- Romenos sem dentes em carrinhas de empresa de construção civil são pessoas muito sociais!
- Ignorar a Lídia faz com que nos percamos.
- ... (deve-me estar a passar algum dos ensinamentos... se me lembrar completo!)

Álbum do Facebook aqui , para verem mais fotos!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Diz que é desta...

...que vamos à Roménia!

domingo, 29 de março de 2009

Coisas de Kosicas...3

Lá fora fazem 12 graus... durante a noite já não vamos aos negativos.
Assim é a Primavera nesta cidade...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Os tugas que andaram por cá!


Depois da visita destes 5 grandes queridos, já há mais de um mês...

...fomos por aí fora ter com estes grandes malucos que vieram de Portugal (só para nos ver e sair connosco, claro!)...





...e este fim-de-semana, olhem quem apareceu aqui! Acompanhado com a sua querida Sigrid, e preparado para dormir no chão (meu, eu digo que estar em Kosice é acampar, mas também nem tanto ;) ).


Com direito a uma louca incursão pela (velha conhecida) noite eslovaca, um churrasco indoor e uma visita do porteiro mais louco e bêbado (e friendly!) da Podhradova.

A todos, nossos meninos e meninas do coração, foi um prazer ter-vos cá! E as portas da Podhradova continuam abertas para as visitas! Metam-se nesses aviões/comboios/carros/barcos/bicicletas e apareçam (sim, de barco deve demorar um bocadinho...)

quarta-feira, 18 de março de 2009

Coisas de Kosicas...2

O giro que é ter de ir ao Hospital de Kosice, ser reencaminhado para a ala de Psiquiatria, e dar por mim rodeada de amigáveis pacientes, a fazer conversa connosco em Inglês e Espanhol. Tudo ia bem até que uma me diz:

"És tão bonita! Tens um cabelo tão bonito! Dá-me um euro!"

E aí, senhores, há sempre um bocadinho de medo que se cola a nós...

segunda-feira, 16 de março de 2009

Praga, Itália, Purim party!

Olá amigos!
Em modo quase telegráfico, deixo aqui as novidades...

Pois bem, lá nos fomos a Praga em Fevereiro, como aqui prometiamos. Encontrámos por lá a Bidarra, o Falcão e a Bernardete, de viagem com o amigo Palha. Fim de semana cheio de pedalada, uma cidade encantadora para visitar.
Vimos quase tudo, e andámos que nos fartámos. Nota positiva para as "Free Tours" pela cidade, para as vistas extraordinárias, e para o amontoado de línguas que se escutavam nas ruas...
Fotos aqui: Praga

Na semana seguinte, ainda mal descansadas e mal dormidas, fomos a Itália. De tantos que iamos ser, acabámos por ser só duas... sim, só duas mesmo, digam as fotos o que disserem. Blanca, meu amor, que fim de semana mais romântico tivemos! Itália é lindo, o Sol deu-me saudades de Portugal, as pessoas falam alto nas ruas e comportam-se como latinos, ufff, que saudades de tudo isso!
Fotos aqui: Itália


E para terminar, a grandiosa Purim party!!!!!!!





Mais fotos aqui: Purim
E é tudo por agora ;) Divirtam-se e mandem notícias!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Fim de semana em Praga?


Pois que seja... vamos procurar os tugas!

Voltamos segunda, portem-se bem!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Berlim 10-17/02/09 Ich bin ein Berliner - parte 2

Como o prometido é devido, vamos à segunda parte da viagem...

Sexta-feira de manhã Berlim presenteou-nos com um Sol extremamente simpático, que nos fez preguiçar até tarde no nosso dormitório improvisado. O dia seria passado em Potsdam. Em termos históricos, o local da conferência de Potsdam, no pós II Grande Guerra Mundial. Em termos sociais, uma simpática e calma cidade a menos de uma hora de Berlim. Além do mais, já há uns anos que ouço falar dela, pelo menos desde que acompanhava o blog de um ex-aluno da UTAD (o xôr Luís), e fazia parte do meu imaginário.O Sol era bastante enganador, e o nosso passeio por Sanssouci foi feito sempre a bater o dente.


Os jardins lembram Versalhes, como nos dizia papá Pablo, promovido de professor de História a educador.Há imensas estátuas em todos os jardins, foi pena não as podermos ver, o Inverno rigoroso parece exigir que sejam cobertas. No lago gelado, havia um batalhão de patos e alguns cisnes, por todo o jardim havia um tapete branco fofinho... E aqueles bancos tão confortáveis, com o Sol enganador de Fevereiro. Assentámos arraiais em frente do Palácio Neuel, e atacámos umas fatias de paio e presunto espanhóis, com pãozinho alemão, que nem vos conto! Isto perante o olhar de estranheza de quem passava, e nos tomava por sem-abrigo, a comer no meio do parque num

dia daqueles.A terminar a voltinha pelo parque, a Lídia saiu-se com esta em frente dos dois palácios gémeos "Los palacios son iguales, claro, este es para Princesa Sissi y aquel para Princesa Nono!", e
assim nos salvámos do ponto de congelamento, a rir às gargalhadas...De volta ao centro de Potsdam, tinha encontro marcado com o Luís, e com um chocolate quente também, que o tempo assim o exigia. Rapaz, obrigada pelas duas horas em que pude falar Português nesta viagem! Começava a sentir-me incapaz de coordenar frases na minha própria língua, salvaste-me!





Como dia 14 o Pablo fazia anos, achámos por bem preparar algo para a meia-noite, e cantar-lhe os Parabéns. Claro que nos lembrámos disto às onze e meia, e tudo o que se arranjou foi uma fatia de pão-de-forma, com 4 fósforos que teimavam em não acender. "Cumpleaños feliz!" e tal, e acabámos por sair com o rapaz, para celebrar. Uma vontade de ficar em casa, aninhada no saco-cama, que nem se conta, mas ele merecia... e mandava!E assim acabámos no Cassiopeia, numa festa latina onde imperava a música pimba mais pimba de toda a Espanha, com alguns momentos de música tragável pelo meio. Bem bebidos, bem bailados, e alguns melhor acompanhados que outros, que noite foi esta. E que madrugada, que voltar a casa só
quando o dia já raiava. Pequeno-almoço a boa hora, e depois ala que se faz tarde, dormir. É por isto que posso dizer que o Sábado não existiu, para nós (alguém o viu?). Preguiçar, tagarelar, ganhar coragem e ir comprar algo para comer.
Terminou-se o dia a ver o "Play it again, Sam" do Woody Allen, e uma boa parte do "Casablanca". Pelo menos, até ao sono chamar de novo. Sábado não
existiu, bem digo!





































Domingo demos folga ao nosso professor (ainda por ser o seu fim-de-semana de aniversário), e fomos onde tínhamos de ir. Visitar um campo de concentração não é coisa que deixe ninguém aos pulos de contente, mas fazia sentido para nós conhecer e visitar o campo da capital, em Sachsenhausen.Todos aprendemos imenso sobre o regime nazi no liceu, todos vimos filmes sobre o Holocausto, temos a noção racional de que tudo foi uma enorme atrocidade, mas nada nos prepara para a realidade palpável de um campo de concentração. A monstruosa frase à entrada "O trabalho liberta!", a arquitectura triangular que permitia um controlo total com uma única arma, na Torre, os barracões mínusculos e desumanos onde líamos que viviam até 400pessoas... e todos os pormenores macabros, mesquinhos, selvagens, que fomos descobrindo... Passámos 4 horas ali, e quase não nos falámos. Olhos baixos, evitar as lágrimas, tentar aprender com o erro gigantesco do terror nazi. "Para que nunca mais!", a frase que ouvi há já tantos anos, ecoava na minha cabeça a cada imagem, a cada pessoa. Saímos quase ao anoitecer, nevava e o vento era gelado. Como sobreviveram aqueles poucos que foram salvos?

Voltámos para Berlim, fisica e emocionalmente cansadas. Acabámos de ver "Casablanca" pela noitinha, também ele um espelho da Guerra. Saímos para umas cervejas num bar do bairro, um sítio original chamado Liberacion.Segunda-feira, entre o tornozelo magoado da Lídia e o estado geral de gripe da Marta, éramos escombros... Deixámos a miúda da gripe em casa e fomos para uma última voltinha pelo centro da cidade.

Almoço às 6 da tarde, antes da visita à "Casa ocupa" de Tachelles. Que síto mais... extraordinário! Um prédio de 5 ou 6 pisos, ocupado "em ilegalidade" por todo o tipo de artistas, performers, artesãos, onde se entra livremente e se age livremente. Apaixonámo-nos todos pelos quadros de Alexander Rodin, telas enormes com um toque surrealista
que nos encheram completamente as medidas. A casa ocupa define muito do espirito de Berlim: rebelde, inconformada, de rua, livre de regras e horários!
Que lugar! Uma última cerveja no já familiar Liberacion e despedimo-nos das ruas de Berlim... nevava, fazia frio... Inverno duro, este!



Bem, o essencial (e muito acessório, vá!) ficou aqui... Mais do que fotos, revisões ou postais, ficou um sentimento de pertença a uma nova cidade (começam a ser algumas, as que me arrebatam), e uma semana completamente louca. Sim, só dissemos asneiras, todo o tempo. Sim, o Karma castiga... Castigou uma última vez, com um voo com hora e meia de atraso. Mas conseguimos, e saímos com mais meia dúzia de histórias, e uma nova visão.


Parafraseando livremente o amigo Humphrey Bogart, "We'll allways have Berlin!"

Vá, agora vamos para o F! ;)

Ahh, o resto das fotos de Berlim estão aqui, no Facebook, disfrutem!
















Berlim 10-17/02/09 Ich bin ein Berliner

Diz-se das épocas de exames que são alturas em que nada se passa, pelo menos nada de extraordinário. As pessoas fecham-se em casa ou na biblioteca, agarram-se aos livros, mudam a sua rotina e muitas vezes a disposição, e, quando se dá por ela, tudo passou já.

De Janeiro em Kosice pode-se dizer que foi uma normal época de exames, mas com Fevereiro a história é outra.

Esta história começa no dia em que nos demos conta que havia uma semana "por ocupar" em Fevereiro, um limbo entre o fim dos exames e o princípio das aulas. "Há que fazer algo de útil", pensámos nós. E decidimo-nos pela ansiada road-trip. Depois de umas quantas consultas de mapas, além da consulta popular, pusemos de lado a ideia "Sérvia-Bósnia-Bulgária" e decidimos visitar a Roménia. Uma semana, um carro, primeiro 7 e depois 4 pessoas, e todo um enorme país para conhecer. Cluj, Brasov, Sibiu, Bucharest e o objectivo máximo de chegar a Constanta e tocar o Mar Negro. Fernanda, Lídia, Blanca e Marta, as 4 à aventura!
Durante semanas tudo se planeou... até que na véspera caiu em Kosice um nevão monstruoso. Como moças que temem pela sua vida e não querem passar mais tempo a conduzir pela neve que a fazer turismo que somos, abortámos o plano.Punha-se então um problema: "Que raio fazemos?"
Algumas das ideias:
-Vamos à Ucrânia!! ("que assim carimbam-me o passaporte", dizia a Lidia)

-Vamos à Grécia de autocarro (só não fomos porque o Marios estava a dormir)

-Vamos a Praga e a Viena de comboio!

-Vamos a Istambul! Queremos tempo quente!

-Vamos ver para onde há voos baratos...
...e foi a última ideia que pegou! Consulta rápida, voos de Budapeste-Berlim a 100euros ida e volta, um milagre divino, e a Blanca que ainda por cima tem um amigo de Erasmus lá. Uma chamada, três horas a reservar os voos (ora a Internet não funcionava, ora o próprio site dava erro), e assim se marcou a viagem de Fevereiro! Para o dia seguinte! Depois de duas semanas de planos, de repente éramos mestras na arte de planear uma viagem em 4 horas. Pois que seja! Berlim esperava-nos.
Saímos de Kosice terça-feira, a meio da manhã, num comboio azarado, que parou no meio do nada, sem explicações, algures a uma hora de Budapeste. O karma começava a fazer das suas!
Consegui superar-me no aeroporto de Budapeste, com o meu problema da mala. "A sua mala é demasiado grande para mala de mão!", "Mas cabe!" dizia eu, enquanto espremia a mala dentro do cubo cor-de-laranja com os limites de volume. Custou, mas coube. E o "Happy????" que atirei à loira hiper-antipática quando a mala entrou, valeu-me um "No, you have to check it in...". A esta hora já todos os presentes olhavam para a cena, mistura de pena e vontade de rir, e a mala que não me saía do raio do cubo. À força de tanto puxar, acabei a espetar com a estrutura do cubo na cabeça da Marta, e foi vermelha de raiva que atirei uma nota de 50euros para cima do balcão e perguntei "How much do I owe you???". Ela, impassível, loira e cruel, disse "It's not here. You have to pay it there, on the right!". Tramou-me! Que vergonha... e 17 euros tão mal gastos.Com medo que lhes acontecesse o mesmo, as outras miudas esconderam as malas, e assim escaparam ao check-in. Embarcámos com a certeza de que o karma nos perseguia...Em Berlim, tudo correu bem na primeira noite. O amigo da Blanca é um tipo simpático e bem-disposto, que ocupa o seu Erasmus a dormir até tarde, e parecia disposto a guiar-nos por todos os cantos da cidade. Como um gentleman, foi esperar-nos ao aeroporto.
Apresentou-se-me como Pablo, "Yo sou de Abrantes!", na sua opinião, uma frase em português perfeito. Tal como a Blanca, ele mora num bairro de Madrid onde as ruas têm nomes de cidades de Portugal...
Mora num típico apartamento berlinense, que partilha com um alemão peculiar, na zona Este da cidade. Para começar bem a visita, fomos a uma jam-session, numa igreja antiga que se transformou em teatro/café-concerto, a Theatre Kapelle.

Jazz, soul, improviso, um ambiente boémio e acolhedor (checkar aqui http://www.myspace.com/thenewstandardjamsession ). Óptimo!
Depois do merecido descanso (um grupo de marmotas, segundo o Pablo), despertámos quarta-feira para um passeio pela cidade. Kebab para almoço, e uma caminhada pela zona do Muro, onde encontrámos pedaços da História recente da Europa. O Pablo estuda História, por isso imaginem o quão completa foi esta visita. Como o dia estava especialmente frio, fomos até à Humboldt, onde o rapaz parece que estuda, e daí fizemos mais uma caminhada por entre a Ópera, o Monumento aos Livros Queimados, o monumento às Guerras (despojado, frio, estranhamente tocante), e tivemos a primeira visão da Berliner Dom. Pela noite, a destacar-se junto ao rio, é uma das visões de Berlim que mais me apaixonou. E parece ainda maior, iluminada pelas luzes que parecem colocadas do modo mais perfeito que se possa imaginar.
Seguimos para a conhecida Alexanderplatz (como todos sabem, a praça do Alejandro Sanz... :P ), e quarta-feira teve uma noite com um serão calmo, como merecíamos.

Quinta foi o dia de romaria. Verdadeiras turistas, munidas de um guia extremamente completo (leia-se, o amigo da Blanca!), visitámos a Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche, uma igreja protestante destruída durante bombardeamentos em 1943. De uma imensa igreja, restou a zona da entrada, que se mantém como Memorial.
A forma caracteristica da torre, meio destruída, sem vitrais, é enquadrada por outros dois edificios, construídos já nos anos 50-60. Tenho a confessar que são muito feios por fora, mas o interior, onde a luz tem tons azulados e se escuta o enorme órgão de tubos, é realmente especial.O resto da manhã levou-se entre um troço de Tiergarten, o maravilhoso Anjo da Vitória, o monumento ao Soldado (imponente, diga-se), o Reichstag e a Porta de Brandenburgo. Ecoava o sentimento de pertença de Kennedy "Eu também sou de Berlim!" Sentíamos que estávamos a pisar pontos importantes da cidade, e o Pablo reforçava essa certeza, com pequenos apontamentos e pequenas histórias. A sensação de pisar ruas com um passado tão rico, e tão terrível, é de uma responsabilidade enorme. Por nós, pelo nosso futuro.

Desde Brandenburgo caminhámos até Potsdamer Platz, passando pelo Memorial do Holocausto, uma construção impressionante que homenageia as vítimas do terror nazi. Em Potsdamer Platz, sentimos o pulsar da nova Berlim, com o Sony Center e a sua cúpula ultra-moderna, e um toque de Berlinale.

Apesar de não termos assistido a filmes, ouvimos um pouquinho de uma entrevista com a René Zellweger, e respirámos a cidade do cinema.

Depois de um almoço preguicento (aonde?? no Kebab!), fomos durante a tarde até ao Checkpoint Charlie (mítico lugar de passagem Este-Oeste), vimos a Topografia do Terror, caminhámos pelas ruas chiques do Quartier 206,

onde um parzinho de sapatos custa 4 digitos,e aproveitámos a entrada gratuita no Museu de História Antiga. "Toda a Arte já foi contemporânea" deu o mote para a nossa visita à bela Nefertiti.

E esta é a metade da nossa crónica de viagem (para maior conforto do leitor e meu, que ainda não recuperei de uma semana a dormir no chão). Uma formatação horrenda do post, mas não consigo melhor, hoje! As fotos estão no álbum do Facebook, são algumas das milhentas ;)
Amanhã há mais! :)