domingo, 28 de setembro de 2008

O fim de semana Ibérico

Este foi o primeiro fim-de-semana em que já estamos todos em Kosice, com a chegada do Luís, ontem à noite. No entanto, tudo começou sexta-feira, com o nosso jantar Ibérico.
Por acaso do destino, os 8 Erasmus ibéricos acabaram à mesa num agradável restaurante russo, na Hlávna, e foram introduzidos aos prazeres da comida e bebida soviéticas.
Por entre uma carne de porco maravilhosa, com batatas fritas com alho, e umas quantas cervejas não-russas, com Coca-Cola não-russa, foram-se desfiando as primeiras histórias entre nosotros... Tudo acabava com "Marta Cachonda" e "Give me two hours", elevadas a frases do dia!
Acabámos por encontrar um tradutor de russo-eslovaco-inglês, um ex-aluno de Veterinária, que tinha trocado a Obstetricia pelo sonho de ser cabeleireiro e maquilhador... Ok, tudo bem... ficou conhecido como o "peluquero loco", só vendo poderiam perceber o quão "excessivo" e efeminado ele era...
Antes da sobremesa, tivemos direito a um shot de spicy vodka, fortissimo e muuuuito picante, mas tudo foi resolvido com as panquecas de maçã, e umas massinhas recheadas com morango selvagem... e um gelado absolutamente FENOMENAL tipicamente russo... Era de comer e chorar por mais.
Para a despedida, convidámos o peluquero loco para beber connosco, um humilde shot de 50% de álcool, com um delicioso sabor... a after-shave.
De sexta não recordamos muito mais, excepto o caminho até ao café Teatro, onde havia uma festa de recepção aos Erasmus, o sabor terrivel do vodka limão que me ofereceram, e depois a demorada ida até ao Ibiza...
...porque não há muito mais que lembrar, verdade?
Fica em acta que neste dia o Glório aprendeu as suas melhores palavras em português. Adivinhem quais são... "És boa!" e quem foi o professor? O Ghost, claro...
Vale, Glório! Dakujem, bonita :)
Depois de umas reconfortantes horas de sono, interrompidas por uma ida ao centro, ocupámos a nossa noite de sábado no Ballet... a ver "O lago dos cisnes". Éramos o núcleo ibérico com uma ajuda turca, da Gizem e da Sema. A Ópera de Kosice é um edificio pequeno, mas cheio de classe. E cheio de alta sociedade, tudo aperaltado para o Ballet.
"Bem-vindos à cidade onde um shot custa mais do que o ballet" dizia uma das espanholas. Com toda a razão, porque pagámos 50 coroas por duas horas de ballet, e un chupito russo custa 60... e acaba em 5 segundos ;)
Do ballet desandámos para o Kebab, porque tinhamos inspiração turca, e do Kebab desandámos para o Khoi-Khoi, já em modo ibérico outra vez.
Numa noite calma em Kosice, tentámos jogar jogos de palavras com cerveja e vodka pelo meio, e acabámos com o jogo mais improvável do mundo. A saber "Esto es una Luna!", pero "esto... no es una luna!"
Era tal o estado de choquice que acabámos em casa, agarrados ao kokoláda, cedissimo... para recuperar forças para o domingo de almoço em família...
Só hoje encontrámos o Luís, que se juntou a nós para almoçar, à boa maneira eslovaca. À falta de mesa, temos uma porta, à falta de pés para a mesa temos cadeiras. À falta de louça, temos frigideiras que são saladeiras... à falta de bom café temos cappucino do Tesco :)
Terminámos o domingo com um passeio pela Hlávna, e uma passagem pelo Cactus com amigos espanhóis das Erasmus espanholas...
e para a semana há mais! Amanhã começa o trabalho a sério :)
(fotos serão colocadas nos próximos dias, porque não estão na minha máquina... só vendo algumas perceberão tooooda a dimensão do nosso fim-de-semana!)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Catedral de Santa Elizabete

O centro da cidade de Kosice é dominado pela Catedral de Santa Elizabete. É belissima, e a vista desde o zimbório abarca toda a cidade. Estivemos lá. Com os ex-erásmicos espanhóis. Ainda deu tempo para encontrar um conterrâneo, de férias em Kosice. Quem diria? Há mesmo portugueses em todo o lado...
E temos imagens de tão grandioso acontecimento. Enjoy ;)

(a catedral vista desde a Hlávna)

(fonte musical, na Hlávna. Os jactos de água têm diferentes padrões, que seguem o ritmo da música...)

(Vista da Hlávna a partir da catedral)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Chamiças e Badano

E lá se vão mais alguns da velha guarda... mais duas amas nossas nestes primeiros dias, enquanto estudavam infrutiferamente para uma cadeira amaldiçoada.


Obrigada por tudo, obrigada pela despedida ontem. O Ibiza vale sempre a pena ;)


Juízinho em Portugal, e contem connosco para a Queima... (diz que eles também têm uma máquina de finos, xiuuuuu...)

(sacaninhas do Eslovacos são ladrões...)

(aniversário do Chamiças, noite 1)


(aniversário do Chamiças, noite 2... a despedida em "baba" e ranho)

(Cheio de pena por ir embora, o moço ;) )

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Os que se vão... e deixam "xaudades"

Para além da clara incapacidade das pessoas espanholas para dizer palavras em português de uma forma clara, fica mesmo saudade pelos que vão!
Obrigada pela ajuda esta semana. Foram guias de cidade, guias da noite, "Pata, como vejo os horários???", "Luís, não sei como se põe a roupa a lavar?", "Onde cara**** se compram os bilhetes do tram?", ou "Pronto, e isto é que é hóquei no gelo", "o melhor café da cidade é acolá, mas para kokoláda é este" foram algumas das coisas pelas quais vos chateámos.
Boa viagem, e a gente vê-se por Vila Real. Who knows? O mundo é pequeno... E o Gritos tem uma máquina de finos!!!! :P



"Pero no pasa nada" e "De puta madre" para vocês :P

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

sábado, 20 de setembro de 2008

Hóquei no gelo e Ibiza

Acham a mistura estranha? Nada disso! Em modo resumido foi o nosso dia de ontem...

Além do meu primeiro encontro com a nossa coordenadora de Erasmus, uma senhora simpatiquissima de seu nome Libusa, aproveitámos a sexta à tarde para conhecer o desporto de eleição do eslovaco que se preze.

Fomos ao hóquei no gelo, desporto nacional, eu, o Ghost e o Pata (espanhol da velha guarda), e fiquei fascinada. O hóquei é uma mistura estranha de velocidade, equilíbrio, força, agressividade controlada e porrada da antiga, com direito a cuspidelas de sangue no meio do gelo, cheer-leaders muito giras e festejos efusivos a cada "golo".

A equipa de Kosice ganhou, são estes de azul, diz-se até que são bons naquilo e quase ganhavam o último campeonato, mas eu volto para casa sem perceber, de todo, quais as regras que ali imperam.

Mas valeu a pena, pela vida dentro da Steel Arena, o estádio, pelo entusiasmo do público e pela velocidade a que se joga, apesar de o jogo parar quase de minuto a minuto. Peter Bartos!! Peter Bartos!!



Mas depois do relato gelado, há que deixar a referência da noite, que me fez sentir em Vila Real de novo! Fomos ao Ibiza, a discoteca "latina". É lindo observar as capacidades de dança do eslovaco, mais o homem do que a mulher, e por muito que eu pudesse aqui escrever, nada seria melhor do que ter imagens de tal jeitinho e modos à anos 70. O primeiro eslovaco que eu consiga apanhar em vídeo, acaba aqui em baixo, prometo!

Por isso, depois de voltar ao Khoi-Khoi, na verdade o Up and Down, que tem Tatransky mais barato :P, e de o Luís ter desorientado a Jukebox e nos ter deixado enjoados de tanto ouvir a mesma música :P, fomos para a Ibiza.

Além de passarem tudo e mais alguma coisa que passa em qualquer discoteca portuguesa, nesta altura, fizeram o favor de fechar em grande com "New York, New York", e pronto, lá me deram as saudades da Looks (Carolina, lembrei-me de ti e da nossa noite mais que improvável de sexta), e de Vila Real, e do pessoal... Afinal, já lá vai uma semaninha...

E, bem, ficamo-nos por aqui, hoje... É o primeiro fim-de-semana cá, quero ver o que nos reserva...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Estamos cá!


Olá! Lá nos conseguimos pôr em Kosice, foi um processo trabalhoso e demorado, mas estamos vivos, inteiros e com as malas todas… E mais leves também, porque as libras voaram do nosso bolso a uma velocidade estonteante, em Birmingham. Em três tentativas de falar para casa, lá se foram 2 euros e uma libra, e ainda pude cumprimentar um inglês, quando me esqueci que para Portugal convinha acrescentar o 00351… Por isso, Senhor 351258877… foi muito bom poder falar consigo!
Tenho a dizer-vos que viajar x3 só para chegar a uma cidade tem o seu quê de encanto… São horas de espera, cadeiras desconfortáveis, comida cara e péssima, demasiado descolar e aterrar para um dia só, mas é extraordinário como em cada lugar se encontra tanta gente diferente, desde os indianos aos metaleiros, às típicas adolescentes inglesas ou aos belos (errr) homens eslovacos. E percebe-se como os aeroportos são sítios complexos, onde se cruzam todas as nações em poucas horas.


Chegar à Eslováquia demorou umas 16 horas, e tivemos de dormir aos pouquinhos no Terminal 2 de Birmingham. Mas suados, ensonados e instruídos na arte da Ryanair vender raspadinhas e produtos de beleza, aterrámos em Bratislava a meio da tarde. Aí fomos razoavelmente chulados pela menina do café, que disse que aceitava euros, mas não disse que não tinha trocos (pimba, dois euros por um ice tea… e outros dois por um hambúrguer com coisas estranhas, a ver se aprendes), e tivemos o primeiro contacto com as maravilhosas notas e moedas eslovacas.

Meus amigos, a coroa eslovaca é extraordinária! Nunca antes tinha posto a mão numa nota, e grande que ela é, que valesse 60 cêntimos… Imaginem a minha dor ao pagar um shot com três notas… Senti-me roubada, e na verdade era barato.
Já chegámos a Kosice de noite, a morrer por um banhinho quente e cama. Táxi de luxo, com GPS e um intróito a um Marco Paulo eslovaco qualquer, e estávamos à porta da Podhradova, a nossa residência. Sozinhos, sem ninguém à espera, tudo a meia luz e só umas quantas pessoas por ali. Friozinho no estômago, até alguém nos indicar o senhor da portaria e dizer que tínhamos de pedir a chave. Único problema? O raio do velhote não percebe puto de inglês, o papel para preenchermos era uma cópia da cópia da bisneta da cópia do formulário, e mal sabíamos onde por o nome… e ele a tentar explicar o que escrever em cada espaço. Safámo-nos, quando chegou um eslovaco para nos ajudar.
Foi bom encontrar uma data de Portugas por cá, quando achávamos que íamos estar sozinhos e abandonados… Ainda estão cá todos, uns a estudar para exames, e outros sem fazer nadinha de nada, como o Luís, promovido hoje a nosso guia de cidade.
Os quartos são algo de extraordinário! A sério, em tudo... A cama que é um sofá, as persianas que não tapam o sol, mais as cortinas que não tapam nada, porque são de renda, o armário preso por pregos e o lavatório mesmo ao lado do mini-frigorífico, só vendo! Vale a pena, mas tem todo o ar pitoresco que se espera numa experiência destas ;).


Mitrámo-nos ao jantar deles, foram simpáticos e queridos em alimentar estas duas almas esfomeadas. Obrigada gente ;). E acabámos numa mini-ronda ao Khoi-Khoi (ler koi-koi :P), hei-de aprender a escrever isto direito, o bar mais assustador e interessante que já vi.
A rua estava completamente estraçalhada e em obras, o Luís meteu por lá e nós fomos atrás… de repente o moço pára e entra numa casa toda arruinada, tudo escuro lá dentro… e nós “Oh que diabo…tá a brincar, só pode”. Mas não. Numa porta lá dentro abre-se um quadradito, aparece um tipo com ar de mafioso ucraniano, resmunga qualquer merda em eslovaco, o Luís na maior a falar e a dizer que éramos estudantes. Troca tensa de palavras (pelo menos na minha cabeça, porque eles parecem sempre estar a dizer coisas terriveis, mesmo que seja só um "olá!"). Juro, só me lembrava de histórias de bandidos e submundo… Mas não. Ali, ali dentro, era o Khoi-Khoi. Tinhamos era de dar a volta e entrar por uma rua com um ar decente, mas isso não custa nada ;).
Bem, a primeira noite não tem mais que se lhe diga… Os meninos foram muito simpáticos e apresentaram-nos a um licor terrivelmente forte, Tatranski, e aos matraquilhos eslovacos, leves que nem uma pena e com fortes medidas de segurança, e acabámos no Tesco, às 3 da manhã, em razoável estado de embriaguez, com o Luis a ameaçar o taxista de chamar a policia, por ele nos estar a chular em 100 coroas... partiu tudo ele fazer de conta que estava a ligar, mas acabámos por pagar e não bufar, ao que parece algo muito comum por cá…


A noite acabou nas residências, por entre muita treta em português, espanhol, portunhol e arremedos de eslovaco, e quando conheci a minha cama já era de manhã. Na cama ao lado, o Ghost celebrava ruidosamente a sua alegria por poder dormir…
Obrigada a todos que nos deram as boas vindas por cá, turcos, israelitas, polaca, espanhóis e nossos portugas, assim valeu a pena!


E foi tudo do primeiro dia!
Considerações gerais sobre a primeira semana surgirão mais para a frente. No quarto ao lado assiste-se ao Porto, aqui morre-se de sono enquanto se cola na internet.
Dobru noc!
(mas com sorte ainda se acaba na noite… outra vez)

Ao fim de dois dias...

...tornei-me a verdadeira estudante Erasmus, e saí à rua em fato de treino e sapatilhas. E confirmo, isto é confortável!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

7 dias

A 7 dias da partida, já tenho uma mala no canto do quarto... Já começo a pôr de parte as coisas que quero levar comigo, questiono-me sobre a diferença de peso entre as botas x e as botas y... Parece que vou de férias, mas em grande! Ando a pensar sobre a existência ou não de toalhas de banho nas residências. Ainda não comprei tampões para os ouvidos, caro colega :P
Os assuntos académicos estão resolvidos, o ano está feito, e em Kosice espera-me o 4º ano, aquele que toda a gente diz que é o ideal para fazer em Erasmus. Faltam alguns papéis, falta a despedida oficial e "em grande", e faltam os últimos dias em família.
Há de tudo, menos tempo... e os 7 dias passam a correr!