Este foi o primeiro fim-de-semana em que já estamos todos em Kosice, com a chegada do Luís, ontem à noite. No entanto, tudo começou sexta-feira, com o nosso jantar Ibérico.
Por acaso do destino, os 8 Erasmus ibéricos acabaram à mesa num agradável restaurante russo, na Hlávna, e foram introduzidos aos prazeres da comida e bebida soviéticas.
Por entre uma carne de porco maravilhosa, com batatas fritas com alho, e umas quantas cervejas não-russas, com Coca-Cola não-russa, foram-se desfiando as primeiras histórias entre nosotros... Tudo acabava com "Marta Cachonda" e "Give me two hours", elevadas a frases do dia!
Acabámos por encontrar um tradutor de russo-eslovaco-inglês, um ex-aluno de Veterinária, que tinha trocado a Obstetricia pelo sonho de ser cabeleireiro e maquilhador... Ok, tudo bem... ficou conhecido como o "peluquero loco", só vendo poderiam perceber o quão "excessivo" e efeminado ele era...
Antes da sobremesa, tivemos direito a um shot de spicy vodka, fortissimo e muuuuito picante, mas tudo foi resolvido com as panquecas de maçã, e umas massinhas recheadas com morango selvagem... e um gelado absolutamente FENOMENAL tipicamente russo... Era de comer e chorar por mais.
Para a despedida, convidámos o peluquero loco para beber connosco, um humilde shot de 50% de álcool, com um delicioso sabor... a after-shave.
De sexta não recordamos muito mais, excepto o caminho até ao café Teatro, onde havia uma festa de recepção aos Erasmus, o sabor terrivel do vodka limão que me ofereceram, e depois a demorada ida até ao Ibiza...
...porque não há muito mais que lembrar, verdade?
Fica em acta que neste dia o Glório aprendeu as suas melhores palavras em português. Adivinhem quais são... "És boa!" e quem foi o professor? O Ghost, claro...
Vale, Glório! Dakujem, bonita :)
Depois de umas reconfortantes horas de sono, interrompidas por uma ida ao centro, ocupámos a nossa noite de sábado no Ballet... a ver "O lago dos cisnes". Éramos o núcleo ibérico com uma ajuda turca, da Gizem e da Sema. A Ópera de Kosice é um edificio pequeno, mas cheio de classe. E cheio de alta sociedade, tudo aperaltado para o Ballet.
"Bem-vindos à cidade onde um shot custa mais do que o ballet" dizia uma das espanholas. Com toda a razão, porque pagámos 50 coroas por duas horas de ballet, e un chupito russo custa 60... e acaba em 5 segundos ;)
Do ballet desandámos para o Kebab, porque tinhamos inspiração turca, e do Kebab desandámos para o Khoi-Khoi, já em modo ibérico outra vez.
Numa noite calma em Kosice, tentámos jogar jogos de palavras com cerveja e vodka pelo meio, e acabámos com o jogo mais improvável do mundo. A saber "Esto es una Luna!", pero "esto... no es una luna!"
Era tal o estado de choquice que acabámos em casa, agarrados ao kokoláda, cedissimo... para recuperar forças para o domingo de almoço em família...
Só hoje encontrámos o Luís, que se juntou a nós para almoçar, à boa maneira eslovaca. À falta de mesa, temos uma porta, à falta de pés para a mesa temos cadeiras. À falta de louça, temos frigideiras que são saladeiras... à falta de bom café temos cappucino do Tesco :)
Terminámos o domingo com um passeio pela Hlávna, e uma passagem pelo Cactus com amigos espanhóis das Erasmus espanholas...
e para a semana há mais! Amanhã começa o trabalho a sério :)
(fotos serão colocadas nos próximos dias, porque não estão na minha máquina... só vendo algumas perceberão tooooda a dimensão do nosso fim-de-semana!)
domingo, 28 de setembro de 2008
O fim de semana Ibérico
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Catedral de Santa Elizabete
(a catedral vista desde a Hlávna)
(fonte musical, na Hlávna. Os jactos de água têm diferentes padrões, que seguem o ritmo da música...)
(Vista da Hlávna a partir da catedral)
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Chamiças e Badano
Obrigada por tudo, obrigada pela despedida ontem. O Ibiza vale sempre a pena ;)
Juízinho em Portugal, e contem connosco para a Queima... (diz que eles também têm uma máquina de finos, xiuuuuu...)
(sacaninhas do Eslovacos são ladrões...)
(aniversário do Chamiças, noite 1)
(aniversário do Chamiças, noite 2... a despedida em "baba" e ranho)
(Cheio de pena por ir embora, o moço ;) )
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Os que se vão... e deixam "xaudades"
"Pero no pasa nada" e "De puta madre" para vocês :P
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
sábado, 20 de setembro de 2008
Hóquei no gelo e Ibiza
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Estamos cá!
Olá! Lá nos conseguimos pôr em Kosice, foi um processo trabalhoso e demorado, mas estamos vivos, inteiros e com as malas todas… E mais leves também, porque as libras voaram do nosso bolso a uma velocidade estonteante, em Birmingham. Em três tentativas de falar para casa, lá se foram 2 euros e uma libra, e ainda pude cumprimentar um inglês, quando me esqueci que para Portugal convinha acrescentar o 00351… Por isso, Senhor 351258877… foi muito bom poder falar consigo!
Tenho a dizer-vos que viajar x3 só para chegar a uma cidade tem o seu quê de encanto… São horas de espera, cadeiras desconfortáveis, comida cara e péssima, demasiado descolar e aterrar para um dia só, mas é extraordinário como em cada lugar se encontra tanta gente diferente, desde os indianos aos metaleiros, às típicas adolescentes inglesas ou aos belos (errr) homens eslovacos. E percebe-se como os aeroportos são sítios complexos, onde se cruzam todas as nações em poucas horas.
Chegar à Eslováquia demorou umas 16 horas, e tivemos de dormir aos pouquinhos no Terminal 2 de Birmingham. Mas suados, ensonados e instruídos na arte da Ryanair vender raspadinhas e produtos de beleza, aterrámos em Bratislava a meio da tarde. Aí fomos razoavelmente chulados pela menina do café, que disse que aceitava euros, mas não disse que não tinha trocos (pimba, dois euros por um ice tea… e outros dois por um hambúrguer com coisas estranhas, a ver se aprendes), e tivemos o primeiro contacto com as maravilhosas notas e moedas eslovacas.
Meus amigos, a coroa eslovaca é extraordinária! Nunca antes tinha posto a mão numa nota, e grande que ela é, que valesse 60 cêntimos… Imaginem a minha dor ao pagar um shot com três notas… Senti-me roubada, e na verdade era barato.
Já chegámos a Kosice de noite, a morrer por um banhinho quente e cama. Táxi de luxo, com GPS e um intróito a um Marco Paulo eslovaco qualquer, e estávamos à porta da Podhradova, a nossa residência. Sozinhos, sem ninguém à espera, tudo a meia luz e só umas quantas pessoas por ali. Friozinho no estômago, até alguém nos indicar o senhor da portaria e dizer que tínhamos de pedir a chave. Único problema? O raio do velhote não percebe puto de inglês, o papel para preenchermos era uma cópia da cópia da bisneta da cópia do formulário, e mal sabíamos onde por o nome… e ele a tentar explicar o que escrever em cada espaço. Safámo-nos, quando chegou um eslovaco para nos ajudar.
Foi bom encontrar uma data de Portugas por cá, quando achávamos que íamos estar sozinhos e abandonados… Ainda estão cá todos, uns a estudar para exames, e outros sem fazer nadinha de nada, como o Luís, promovido hoje a nosso guia de cidade.
Os quartos são algo de extraordinário! A sério, em tudo... A cama que é um sofá, as persianas que não tapam o sol, mais as cortinas que não tapam nada, porque são de renda, o armário preso por pregos e o lavatório mesmo ao lado do mini-frigorífico, só vendo! Vale a pena, mas tem todo o ar pitoresco que se espera numa experiência destas ;).
Mitrámo-nos ao jantar deles, foram simpáticos e queridos em alimentar estas duas almas esfomeadas. Obrigada gente ;). E acabámos numa mini-ronda ao Khoi-Khoi (ler koi-koi :P), hei-de aprender a escrever isto direito, o bar mais assustador e interessante que já vi.
A rua estava completamente estraçalhada e em obras, o Luís meteu por lá e nós fomos atrás… de repente o moço pára e entra numa casa toda arruinada, tudo escuro lá dentro… e nós “Oh que diabo…tá a brincar, só pode”. Mas não. Numa porta lá dentro abre-se um quadradito, aparece um tipo com ar de mafioso ucraniano, resmunga qualquer merda em eslovaco, o Luís na maior a falar e a dizer que éramos estudantes. Troca tensa de palavras (pelo menos na minha cabeça, porque eles parecem sempre estar a dizer coisas terriveis, mesmo que seja só um "olá!"). Juro, só me lembrava de histórias de bandidos e submundo… Mas não. Ali, ali dentro, era o Khoi-Khoi. Tinhamos era de dar a volta e entrar por uma rua com um ar decente, mas isso não custa nada ;).
Bem, a primeira noite não tem mais que se lhe diga… Os meninos foram muito simpáticos e apresentaram-nos a um licor terrivelmente forte, Tatranski, e aos matraquilhos eslovacos, leves que nem uma pena e com fortes medidas de segurança, e acabámos no Tesco, às 3 da manhã, em razoável estado de embriaguez, com o Luis a ameaçar o taxista de chamar a policia, por ele nos estar a chular em 100 coroas... partiu tudo ele fazer de conta que estava a ligar, mas acabámos por pagar e não bufar, ao que parece algo muito comum por cá…
A noite acabou nas residências, por entre muita treta em português, espanhol, portunhol e arremedos de eslovaco, e quando conheci a minha cama já era de manhã. Na cama ao lado, o Ghost celebrava ruidosamente a sua alegria por poder dormir…
Obrigada a todos que nos deram as boas vindas por cá, turcos, israelitas, polaca, espanhóis e nossos portugas, assim valeu a pena!
Considerações gerais sobre a primeira semana surgirão mais para a frente. No quarto ao lado assiste-se ao Porto, aqui morre-se de sono enquanto se cola na internet.
Dobru noc!
(mas com sorte ainda se acaba na noite… outra vez)