segunda-feira, 18 de maio de 2009

Coisas de Kosicas...6

..ou "Como sobreviver nos Correios"

Uma das coisas que tomo como garantidas na Eslováquia, é que muito pouca gente fala Inglês. Em especial, naqueles sítios onde se desenrola a minha rotina diária, como supermercados, cafés, restaurantes... e os Correios! Quando cheguei, tinha vontade de fazer a disciplina de Língua Eslovaca, mas a falta de autorização da Reitoria e a pouca convivência com "nativos" acabaram por me desmotivar. Daí que, 8 meses depois, continue a ser uma aventura comunicar com eslovacos.
O mais habitual é acabar com uma mistura de gestos, palavras desconexas em eslovaco e um olhar compreensivo/divertido da pessoa que se dispôs ajudar-me.
Ora hoje, para evitar todo este banzé, muni-me do meu prático dicionário Inglês-Eslovaco-Inglês e fui aos correios. A coisa era simples. Eu precisava de saber "quanto custa" enviar uma "encomenda" para Portugal, dependendo do "peso". Queria também saber se podia "comprar" ali a "caixa" para enviar a encomenda.
E assim foi. Corri o dicionário de ponta a ponta, agora o B, depois o W, agora no P. A funcionária dos Correios, de uma paciência de santo. Atrás de mim, uma velhinha amorosa que sorria toda compreensiva (eu estava a demorar uns bons séculos entre cada palavra que procurava no dicionário), e uma adolescente perdida de riso.
A dada altura, tinha toda a gente que estava nos Correios a olhar para a "estrangeira" e a fazer um ar que oscilava entre o "pobrezinha" e a mais pura diversão.
Foram uns belos dez minutos de diálogo de alta qualidade. E depois de muitos sorrisos das pessoas à espera e muitos "pardon" meus, triunfei!
E saí dos Correios com uma caixa debaixo do braço e a certeza de que posso sobreviver em qualquer lado!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Coisas de Kosicas...5

Beber tequilla é uma coisa normal, sim? NÃO!!!



Porque o que aqui se tem visto é o seguinte:


1. Snifar o sal!

2. Beber a Tequilla.

3. Espremer o limão no olho!


Kosice afecta as pessoas... isto deve estar provado cientificamente, algures! E se não estiver, bem, o melhor que temos a fazer é oferecer-nos como cobaias!







E agora, siga estudar!

domingo, 3 de maio de 2009

Volver

Ali por alturas de Fevereiro, achei por bem marcar uma viagem a Portugal. Sabia que, mais tarde ou mais cedo, me iriam dar aquelas saudades de casa, da Bila, da gente toda, da comida. Depois de muita alteração, uns quantos erros e outras aventuras, a minha viagem tomou forma: 11 dias fora de Kosice, um dia em Milão, 9 dias em Portugal e 1 dia em Londres.
Foi maravilhoso, tenho a dizer. Tudo, tudo, tudo! Nem só de coisas "boas" se fez a minha viagem, mas era necessário passar por tudo.
Primeiro um dia inteiro em Milão, com o Ghost, a rever e a passear (e a compraaar!). Assim em modo descontraído, para não nos cansarmos.

Depois, casa!

Passei três dias na Bila, a tentar matar saudades do meu cantinho... revi imensa gente (e houve tanta que não vi, também!), aborreci-os de morte com relatos extensos das nossas viagens intermináveis e das historietas da sorte Erasmus (somos um bocadinho "Lei de Murphy", se pode dar errado, vai dar errado).
Foi tão boooom! Lia ontem no Blog dos Wrocláwicos o relato da viagem do João, e não podia concordar mais. Passo a citar:

"Foi tão bom respirar fundo e sentir o ar de volta nos pulmões.
Foi tão bom quando ouvi o primeiro "fuoda-se!"
Foi tão bom estar com os meus pais e família que, só por isso, já valeu a pena toda a viagem.
Foi tão bom estar com todos os amigos que, só por isso, já valeu a pena não estar com os familiares.
Foi tão bom ouvir português em palavras soltas.
Foi tão bom comer indiscutivelmente a melhor comida do mundo!
(...)
Foi tão bom sentir o cheiro de Portugal. (...)
Foi tão bom poder ver tantos sorrisos só por nos verem!
Foi tão bom saber as novidades de toda a gente.
Foi tão bom poder gostar de cada momento sem ter de me esforçar minimamente.
E finalmente foi tão bom quando me disseram mais do que uma vez: "já falta pouco para cá voltarem em definitivo!"
Cheguei a Vila Real com um aperto bom no coração, acompanhada pelo Paulo, e aqueles dias passaram a correr (acredito que o Ghost diz exactamente o mesmo!). As pausas para café e lanchinho (com a Catarina, a Cris, a Tânia, o Barce, a Sarocas!!!, o GNR e a Bé, o gelado com o João, rever o Felgas!!!, chatear o Daniel, fazer compras com a Mari!), todas as jantas, os almoços na Cantina, o Favaios e o traçadinho, viva o senhor Carlos do Retiro!!!, o Pio e as saudades do João e das batidas, os ex-Kosiceiros, a Looks, os encontros fortuitos que me deixaram com o coração na boca, a Espontânea, CASAAAAA!!!!, a minha Posta que nunca aconteceu, as francesinhas e a comida brasileira, a Mia e o seu ron-ron, a minha Carolina e seu Jorge, toda a gente, toda, toda toda... (Irene, Teresa, Mizé, Javardolas, madeirenses, frescas e mil mais que eu vou deixar passar o nome, estou mesmo a ver!) Um concentrado explosivo de saudades e de vontade de sair! Obrigada por tudo, mesmo! :D







E depois o chegar a casa, ver a família toda, aquele cheirinho de almoço de Domingo, a sobrinha mais lindona que nunca, cheia de canções novas para cantar à tia, o lanchinho com o pessoal da vila, as minhas asneiras de Domingo à tarde (ups!), dias inteiros de baby-sitting tão bom tão bom, muita comida feita a pensar em mim (claro!!), muitos sítios a rever e pessoas a visitar.



Sem falar da volta a Kosice, com um saltinho ao Porto para rever velhos amigos, a malta do Fórum, o meu Luís!!!, a Ana-pequena, o casal mais bem disposto do Mundo!, a Niniiii, a Noz, a Milene e o Miguel, o Paulo aniversariante e a Filipa, os newbies (eu prometo que para a próxima sou mais conversadora, desculpem lá!), e o Sol naquela cidade linda e que me maravilha sempre!

Mais Londres, voar com a Bé e os seus 40 quilos de comida, o cavalheiro Richard a esperar-nos no centro da cidade, poder dormir numa cama porque o mesmo cavalheiro dormiu no chão, calcorrear Londres em 4 horas, enfiarmo-nos no Metro errado, ver o Big Ben, a London Bridge, o Tamisa, o London Eye, tudo em fast-forward, mas ficar extasiada e querer voltar! E tirar fotos com autocarros, táxis, cabines telefónicas e estátuas "Dancing Queen"...sim, tudo em 4 horas!




Claro que depois disto tudo, voltar a Kosice acabou por saber bem, rever as chicas, estender-me ao Sol da Podhradova em estilo "Marcha pela Marijuana", provar gulash (alguém abusou dos picantes), e voltar ao ritmo.

Agora os exames chamam por nós (baixinho, mas chamam), e a vida começa a complicar-se por cá. Mas num instante tudo passa, e por cá ainda há uma quanta Vida Erasmus para viver!
Até já!